Atração Fatal
D esde muito cedo na minha vida que tenho uma atração pela notícia, como retrato aproximado do presente. Apanhei o 25 de abril ainda criança e toda aquela realidade, ou representação da realidade que as notícias transmitiam, exerciam, em mim, um magnetismo tremendo. Lembro-me claramente, já com 11 anos, do debate na RTP CunhalxSoares , da importância das diferentes perspetivas daqueles dois históricos homens, e de ter ficado pregado, durante quase quatro horas, ao ecrã, torcendo por Soares e a sua visão democrática para o país. Hoje uma hora de debate político já é uma seca, abundando a “informação” de segundos que o TikTok ou outras redes sociais providenciam, sem ideias, apenas com preconceitos e banalidades que se destinam a influenciar o bovino sentido crítico de quem nelas se predispõe a acreditar. Hoje, de forma paternalista e preguiçosa (para nós), existem hordas de comentadores políticos para nos explicarem o que vemos e ouvimos. A política é algo de complexo e, muitas vez