A VITÓRIA DA ESPERANÇA
S e me contassem, não acreditava. Mas, na noite eleitoral, em que estive quase para ir ao Cineclube para minorar as (habituais) angústias nos resultados locais, fui vendo pelo site do MAI as freguesias apuradas, com uma ou outra mensagem a darem-me resultados surpreendentes, e comecei a perceber que era possível quebrar um longo ciclo de hegemonia absoluta de um só partido no concelho de Guimarães. Tinha que fazer como S.Tomé e assistir, com os meus próprios sentidos, ao facto que naquela noite se corporizava. O filme do Paul Thomas Anderson iria, afinal, ter que esperar por melhor oportunidade. O que realmente me impressionou, já no dia seguinte à eleição, foi a extraordinária afluência às urnas. Se no país essa afluência foi já assinalável, em Guimarães o adjetivo é manifestamente escasso: mais de 100.000 eleitores foram exercer aquilo que eu, pessoalmente, considero uma obrigação cívica, mas que, com o tempo, para outros, se vai tornando uma maçada, ou pior do que...